A cirurgia bariátrica promove uma série de mudanças positivas na vida do paciente, que vão desde a redução de diversas comorbidades relacionadas à obesidade, até a melhora estética e da qualidade de vida geral.
Entretanto, em função das alterações no estômago e, por vezes, no intestino, podem se desenvolver condições como a anemia.
É para falar sobre ela que desenvolvemos este conteúdo, que contou com o auxílio do cirurgião bariátrico, Dr. Pedro Henrique Caron. Acompanhe e fique por dentro.
A anemia após a cirurgia bariátrica é comum, já que os pacientes podem ter deficiências nutricionais mais facilmente, visto que passou a existir uma limitação no que eles comem e na forma como o intestino (conforme a técnica) absorve os nutrientes.
O tipo de anemia mais comum é a ferropriva, ou seja, aquela em que o número de glóbulos vermelhos está abaixo do normal devido à falta de ferro. Outros tipos de anemia, menos comuns nesse público, são:
– anemia perniciosa, causada pela falta de vitamina B12;
– anemia hemolítica, que se dá quando os glóbulos vermelhos são destruídos pelos próprios anticorpos;
– anemia aplástica, condição congênita ou causada por infecções, neoplasias, medicamentos, entre outros;
– anemia causada por doenças crônicas, como as autoimunes, renais e alguns tipos de câncer.
A anemia causa sinais e sintomas bem nítidos. Conheça os principais:
– pele e mucosas pálidas, principalmente na região interna dos olhos e nas gengivas;
– cansaço fora do normal;
– intensa apatia;
– inapetência (falta de apetite);
– sonolência excessiva, principalmente durante o dia;
– vertigem e tontura;
– dispneia (falta de ar);
– palpitação e taquicardia evidentes.
Se você tiver alguns desses sintomas, consulte imediatamente um médico, para evitar o agravamento do quadro e o surgimento de outros problemas de saúde.
Os pacientes que desenvolvem anemia após o procedimento são orientados a repor a carência de ferro, causadora da queda do número de glóbulos vermelhos, fazendo o uso de medicamentos por via oral.
Os medicamentos mais usados no tratamento da anemia pós-bariátrica são o sulfato ferroso e o ácido fólico. Dependendo do quadro, o tratamento também pode ser feito por via intravenosa com alguns medicamentos.
Trata-se de um processo lento, que requer do paciente muita disciplina e paciência. Este deve ser tratado por uma equipe multidisciplinar, que o conduz a mudar seus hábitos de vida, incluindo a alimentação, a ingestão de vitaminas, entre outras atitudes, sempre visando uma melhor qualidade de vida.
Para que após o procedimento o paciente não venha a ter anemia, é aconselhável que este ingira entre 40 a 65 mg de ferro por dia (200 – 400 mg de sulfato de ferro).
No caso de mulheres que estejam em idade reprodutiva, esses valores devem ser mais elevados: 100 mg de ferro elementar por dia, ou seja, algo como 400 a 800 mg de sulfato ferroso.
Porém, para saber as quantidades ideais para cada caso, o ideal é sempre conversar com o cirurgião ou o nutrólogo.
Gostou deste conteúdo? Então confira agora o artigo que fala sobre a importância do apoio da família no processo da cirurgia bariátrica!
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