A obesidade é uma doença que pode reduzir a fertilidade da mulher, devido a diversos fatores, como alterações hormonais e a inflamação crônica do organismo, causada pelo excesso de gordura, que, por sua vez, reduz a qualidade dos óvulos e a taxa de gravidez.
Por outro lado, a cirurgia bariátrica é uma importante aliada, permitindo que o sonho da gestação se torne possível para muitas mulheres obesas, que já fizeram tentativas sem sucesso.
Para esclarecer melhor este assunto, conversamos com o cirurgião bariátrico, Dr. Daniel Ferrarin. Confira o conteúdo e entenda melhor essa relação.
A obesidade é uma doença capaz de causar diversos males. Um deles, como citamos, é a diminuição da fertilidade. Entre os motivos para isso está o excesso de gordura corporal, que pode causar um desequilíbrio hormonal, levando a patologias como a Síndrome do Ovário Policístico (SOP).
Essa, por sua vez, leva à ausência ou alteração da ovulação. Outro problema que pode ocorrer é com o estrogênio, hormônio produzido pelos ovários, que também pode ter a produção alterada.
A obesidade também pode estar associada ao ciclo menstrual desregulado ou a falta de menstruação, levando a não ovulação. A má qualidade dos óvulos, outro fator que reduz a fertilidade da mulher, também pode ter o excesso de gordura corporal como causa.
Para a maior parte das mulheres, o emagrecimento leva à regulação dos hormônios sexuais e dos ciclos menstruais. Isso faz com que a ovulação passe a ocorrer normalmente.
E é nesse contexto que a cirurgia bariátrica vem para auxiliá-las. A perda de peso com o procedimento, que pode chegar a 40% do seu total, aumenta a fertilidade e a chance de engravidar.
Após a cirurgia bariátrica, é fundamental que, pelo período indicado pelo médico, a mulher utilize os métodos contraceptivos adequados, até estar com o organismo apto para uma gestação sem riscos.
A recomendação é de se aguardar pelo menos 18 meses para engravidar, pois nesse período em que a paciente ainda está emagrecendo, devido às restrições alimentares, existe uma deficiência vitamínica no organismo, que pode afetar o crescimento do bebê e a saúde da mulher. Além disso, outras ações indicadas são:
Antes mesmo de engravidar e durante a gestação, é importante procurar a equipe multidisciplinar responsável pela cirurgia para uma avaliação médica e acompanhamento nutricional. Esse vai desde a rotina alimentar recomendada até a indicação de suplementos vitamínicos.
Dessa forma, quando ocorrer a gestação, a carência vitamínica estará corrigida, promovendo um desenvolvimento mais saudável ao bebê.
É esperado que a mulher ganhe peso durante a gestação, independentemente de ter feito a bariátrica ou não. A quantidade ideal depende do Índice de Massa Corporal (IMC) de cada gestante.
Porém, controlar o peso por meio da alimentação é de fundamental importância para não haver excessos, o que é possível seguindo as indicações do nutricionista.
Para amamentar com qualidade, é importante manter o acompanhamento com a equipe multidisciplinar, bem como fazer uso de suplementos vitamínicos e minerais recomendados, suficientes para mãe e filho.
É recomendado que a mulher que deseja engravidar espere passar o período de adaptação da cirurgia, o qual costuma causar falta de nutrientes no organismo e até anemia, podendo trazer complicações durante a gravidez.
Normalizando o organismo e com acompanhamento médico, ela estará apta a ter uma gestação saudável e realizar o seu sonho de engravidar.
Depois de ler até aqui, a relação entre fertilidade e cirurgia bariátrica ficou mais clara para você? Quer saber mais sobre esse e outros assuntos? Então acompanhe as nossas redes sociais!
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